Exemplo paralímpico – Maracanaú

Exemplo paralímpico – Maracanaú

Falou em esporte paralímpico no Ceará, falou em Edivaldo Prado. O nadador que só mexia os olhos, após uma febre reumática lhe causar paralisia infantil, aos oito meses de idade, é a maior prova de que limitação física não significa limite para sonhar. “Foi um plano que Deus tinha na minha vida. Transformou a minha aparente derrota em uma grande vitória”, garante.

Para se tornar um vencedor, Edivaldo acreditou no que havia dentro, e não fora de si. “É a força de vontade, uma ferramenta muito importante que uso muito”. O esporte ainda nem havia entrado em sua vida e ele já a utilizava bastante, durante a infância. Enfrentou exaustivas sessões de fisioterapia para conquistar os primeiros movimentos. Evoluiu bastante a partir dos 7 anos. Mas, aos 17, foi que se deu conta do potencial que existia em si.

Conheceu a natação por orientação de um médico. Precisava dela para melhorar no basquete em cadeiras de rodas, que já pratica. “Minha maior vitória foi quando consegui nadar meu primeiro metro. Nem me aguentava de tanta alegria, porque eu via que estava conseguindo vencer”. Com dois meses, Edivaldo nadava mil metros. “E deixei o basquete, porque também era um verdadeiro perna de pau”, brinca.

Oito vezes campeão brasileiro, ouro no pan do México, bronze no mundial, Edivaldo passou a colecionar títulos de todas as proporções. Paralelo a isso, queria mais. Não para si, e sim para os outros. “Eu via que outras pessoas portadoras de deficiência poderiam ter um novo combustível na vida delas também”, explica. A “gasolina” era o Projeto Faça do Deficiente um Atleta. Começou com uma piscina emprestada, e quase acaba antes mesmo de deslanchar.

“A dona da piscina, que ficava em um colégio, disse que não queria mais a gente nadando ali porque tinha muito ‘aleijado’ na piscina”, lembra Edivaldo. Ganhou estrutura com doações que vieram após reportagens publicadas em cenário local e nacional. Edivaldo Prado virou nome de Centro Paradesportivo em Maracanaú e, após sete anos de atividade, ele comemora os mais de 1.800 portadores de necessidades especiais já formados e o apoio direto de oito grandes empresas do Ceará. Atualmente, 80, dos cerca de 100 atletas atendidos, participam de competições profissionais e vivem do esporte. “Somos uma das dez maiores equipes de esporte paralímpico do norte-nordeste”, finaliza.

Profissão: atleta
Lúcia Santos, de 52 anos, vivia de um salário mínimo, quando era professora de maternal. Nunca tinha visto uma raquete de tênis de mesa na vida. Aos 49 anos, não só conheceu o objeto, como passou a viver dele. “(A raquete) é como se fosse uma filha. É meu xodó”, brinca. E como a filha dá bons frutos. De tanto ganhar ouro, foi contratada para levar a marca da Coelce aonde for. A empresa o incentiva com cerca de R$ 1.200 mensais, incluindo benefícios como plano de saúde e vale alimentação. “A Coelce é parceira do projeto por acreditar que a inclusão de pessoas com deficiência se dá quando as tornamos participantes da vida social, econômica e política do país.

E as ações desenvolvidas pela entidade, associadas às práticas esportivas, vão ao encontro do objetivo da empresa em promover tais direitos humanos”, afirma a especialista em sustentabilidade da Coelce, Débora Pinho. O esporte trouxe, além de renda para Dona Lúcia, qualidade de vida. “Com certeza absoluta, hoje sou muito mais feliz”, garante. “Hoje viajo muito. Faço cerca de seis viagens por ano, pelo Brasil todo, e tenho muitos amigos. Me sinto uma pessoa realizada”, completa. Vinte e seis medalhas de ouro, vinte de prata e trinta de bronze são uma mostra do que a mesa-tenista é capaz.

Em março, busca mais um triunfo na Copa Brasil, a ser disputada em Manaus (AM). A vida ativa leva Dona Lúcia a ignorar a paralisia infantil que a acometeu aos dois anos de idade. Cinquenta anos depois, ela chegou à conclusão de que não tem deficiência alguma. “A deficiência está na cabeça de cada um. Não existe dificuldade nenhuma para o deficiente ser feliz. Basta ter coragem, enfrentar o sol e a chuva”, acredita. Até as dificuldades que a idade naturalmente poderiam impor são indiferentes à mesa-tenista. “Agora que eu tô com meus 18 anos”, brinca.

A energia de Lúcia talvez seja a mesma de Larissa Katlyn, de 13 anos. Campeã das olimpíadas escolares no nado borboleta, apaixonou-se pela natação de um jeito que dela não pretende mais sair, ainda mais por conta dos benefícios que a atividade proporcionou. “Antes, meu joelho batia no outro. Agora consigo andar normal”, explica. Hoje os pés congênitos só são percebidos como tal se forem vistos com muita atenção. “Quero nadar até não puder mais”, completa.

Fabiana Oliveira, de 12 anos, compartilha do mesmo sonho, com uma diferença. A adolescente quer se dividir entre a piscina e as passarelas. A autoestima que adquiriu no esporte a faz sonhar, apesar de qualquer dificuldade aparente. Fabiana disfarça a prótese na perna esquerda com uma meia cor de pele, depois de amputar metade da perna, em consequência de um atropelamento de ônibus. Quis a vida que Fabiana, Larissa, Lúcia e outras tantas pessoas tivessem alguma limitação física. Como Fabiana, Larissa e Lúcia, muitas enxergaram no esporte um modo de serem vistas de igual para igual. Diferente é quem prefere ser cego diante de potenciais campeões.

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Exemplo paralímpico – Maracanaú

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